Capitulo 1 - Fire and Fury
Capitulo 1 – Os Hunters

v Ano X797 - Terra do Norte.
Nos arredores da
capital da terra do Norte, mais precisamente na calma Vila de Arkeum uma
violenta batalha por território entre e os Slayers do Norte e a facção das
organizações que dominava o Norte, intitulada: ‘Hunters’, já chegava ao clímax
final.
Do topo de uma colina
bem acima do campo de batalha, o mestre dos Hunters observava tranquilamente a
batalha quando um de seus soldados se aproximou e falou:
“Senhor!” – Ele se anunciou antes de falar. “O
que procuramos não está aqui.” – Informou o soldado ao Mestre.
“Entendo! Então
também não está aqui.” – Disse o mestre em tom calmo enquanto a batalha
continuava a poucos metros dele. Ao todo, cerca de cinquenta soldados Slayers e
Hunters se digladiavam com espadas, lanças ou punhais em mãos. Pelo chão vários
soldados de ambas as partes permaneciam caídos incapazes de lutar ou mortos,
mas o olhar do mestre sobre eles ainda era frio e calmo como se nada daquilo o
afetasse diretamente.
“Então, acho que já e
hora de acabar com isto.” – Anunciou o mestre ao soldado ao seu lado, que
rapidamente tomou aquilo como um aviso e desceu a colina em disparada indo ao
campo de batalha, pois já sabia o que vinha a seguir. O mestre permaneceu no
mesmo lugar, apenas observando quando então um soldado Slayer apareceu em sua
frente, após subir a colina.
Após o soldado
terminar de subi-la, o mestre o olhou de cima a baixo e notou sua aparência,
era um homem que já aparatava ter próximo dos trinta anos. Sua aparência já
estava desgastada, suas roupas estavam sujas e gastas, possuía uma espada de
duas mãos, mas a segurava apenas com mão direita. A espada estava bastante suja
de terra e sangue endurecido, porém o sangue não aparentava ser dele e logo o
mestre notou o quanto esse soldado já havia lutado antes de chegar ali e que
não era qualquer um que havia aparecido a sua frente.
O Slayer por sua vez, logo que olhou
para o mestre ergueu a lâmina afrente do corpo, entrando em posição de combate
e encarando o mestre que com um falso espanto no rosto falou: “Oh! Um homem de
coragem, você é o primeiro que veio me desafiar.”
Sem responder as palavras do mestre, o
soldado flexionou os joelhos para frente partiu em sua direção iniciando um
ataque.
“Direto ao ponto?” –
O Mestre ressaltou com um olhar de falsa surpresa. “Mas infelizmente... já
decidi acabar a luta agora. “– Ao final de suas palavras um brilho surgiu nos
olhos do mestre simbolizando que ele faria algo.
No campo de batalha
logo a baixo, a luta já estava difícil para os Slayers. Em menor número e mais
fracos, pouco a pouco eles estavam sendo derrotados sem condições de reagir,
quando então os seus adversários começaram a recuar imediatamente como se não
se importassem mais com a luta, a ação inimiga deixou um mal pressentimento no
ar. Ninguém que estivesse vencendo uma batalha recuaria daquela forma e foi
nesse instante que o Mestre dos Hunters começou a agir no topo da colina.
Antes mesmo que o
ataque de seu adversário o alcançasse, o mesmo ergueu uma das mãos para cima
onde um cristal de cor marrom preso a um tipo de bracelete escuro brilhou em
seu pulso. Em poucos segundos, toda terra ali começou a tremer violentamente.
Por conta do forte tremor a investida do soldado Slayer foi prejudicada, mas
com algum esforço a mais em suas pernas, o soldado Slayer conseguiu manter o
equilíbrio e se impulsionar para frente, ficando de frente para o Mestre que se
surpreendeu com a capacidade do adversário. Em um rápido movimento, o soldado
ergueu sua lamina bem acima da cabeça e a segurou com ambas as mãos para pode
usar todo o seu peso no ataque desferindo um corte na horizontal, mas o mestre
sequer se moveu, apenas colocou o antebraço afrente de onde seria o local do impacto
bloqueando o golpe e em seguida o afastou com um simples movimento, mas apenas
com essa ação, o soldado Slayer foi atirado metros para traz e sua espada foi
partida ao meio.
“Foi um bom ataque.” – Iniciou o mestre. – “Mas falta poder.”
Ao terminar de falar,
por um instante a os cabelos escuros do Mestre dos Hunters, mudou de cor se
tornando castanho e a terra começou a se revirar de dentro para fora como uma
trituradora. Os soldados em campo abaixo, logo perceberam o motivo da retirada
adversaria. Então de imediato todos iniciaram uma retirada as presas também,
mas em instantes o campo de batalha se abriu em várias partes e todos os
soldados começaram a cair nas valas que se abriam e poucos momentos depois de
serem soterrados eram trazidos de volta a superfície por conta dos movimentos
do solo. Sufocados por conta da terra, todos buscaram um ponto de apoio
qualquer. Poderia ser uma arvore ou uma pedra, não importava o que fosse,
contanto que ainda os mantivesse na superfície.
Mas seus esforços
foram inúteis! Como último movimento, um enorme pilar de pedra começou a se
erguer do chão alcançando quase dez metros de altura, porém aquela construção
mal durou por um instante e do topo da colina o mestre fez um simples movimento
de levantar abaixar a mão e em sincronia, toda o pilar de pedra desabou com
todo seu peso e força espalhando uma onda de terra que foi em todas as
direções. Após o final do evento, apenas um silencio mortal foi deixado.
“Acabou! “– Exclamou
o mestre Hunter com olhar de vitória e superioridade no rosto e após toda a
destruição que causou, simplesmente deu as costas a todo o cenário que havia
criado. Ele deu o primeiro passo para ir embora, mas foi surpreendido quando
sentiu algo segurando seu pé por um instante. Ao olhar para o chão o mestre viu
o saldado Slayer com apenas metade do seu corpo soterrado segurando seu pé
esquerdo.
“Ainda está vivo…” –
Com um olhar mais atento o Mestre dos Hunters notou que soldado Slayer estava
desacordado. Para o mestre, apena o fato dele ter sobrevivido já era
impressionante, mas ainda querer lutar mesmo inconsciente ainda mais incrível.
“Nada mal, acho que posso usar sua determinação para algo.”
Após dizer aquilo, o
mestre virou seu olhar para os seus soldados que haviam recuado antes de seu
ataque, e disse apenas algumas palavras.
“Vamos voltar.”
Cerca de meia hora se
passou e inacreditavelmente alguns poucos soldados conseguiram imergir da terra
e das pedras, chegando ainda vivos a superfície após a toda a destruição,
alguns outros ainda tiveram sorte de terem ficado em uma área que foi menos
afetada pela onda de terra e conseguiram até se levantar e ver o campo de
destruição adiante, mas logo também notaram que o Mestre Manter havia partido.
Não havia mais nada a
se fazer, essa foi mais uma derrota para os Slayers.
Pouco tempo se passou
e um segundo grupo Slayer chegou ao local da batalha, sua missão era ser o
reforço dos combatentes atuais, mas logo que que o esquadrão de reforço se
deparou com o estado do campo de batalha, todos os soldados perceberam que
haviam chegado tarde demais para ajudar.
Não tendo muito mais
a se fazer, o esquadrão de reforço fez o que tinha ao seu alcance e iniciou o
resgate e tratamento dos feridos, tirando-os da terra e de entre as pedras.
E entre eles havia um
rapaz com aparência já meio cansada e respiração ofegante, como se ele tivesse
corrido com todas as forças antes de chegar ali. Mesmo que sua aparência fosse
um pouco mais jovem do que a da maioria das pessoas que haviam chegado com ele,
ele também era um Slayer que logo ao chegar naquele lugar observou com um olhar
desolado o que antes era uma planície com uma colina mais acima.
Nada daquilo se
parecia com o que se lembrava de antes, no entanto a aparência do campo de
batalha não era a causa de sua maior preocupação. Em seu interior outra coisa o
afligia mais e era a falta de uma pessoa que ele não conseguia ver em parte
alguma.
Então com um olhar
perdido sobre o campo de batalha e os poucos soldados que se podia ver caídos
no chão, o rapaz soltou apenas algumas palavras preocupadas. – “Onde você está
pai?”
Deixando de lado seus
pensamentos preocupados, o rapaz decidiu voltar ao foco de sua tarefa e se
juntou aos outros Slayers para a ajudar os soldados sobreviventes, já que
eventualmente ele poderia acabar o encontrando.
Mas ao passar de
certo tempo, o rapaz já havia ajudado a desenterrar mais de uma dezena de
pessoas e felizmente dentre elas haviam alguns sobreviventes, mas a grande
maioria já estavam sem vida quando encontrados. Por mais que a devastação do
terreno fosse grande, tudo aconteceu em uma pequena área que ele já conhecia,
lhe facilitando a busca.
Mas a cada pessoa que
ele encontrava e percebia que não era a que estava procurando, sua preocupação
aumentava, até que aparentemente o ultimo soldado perdido foi encontrado
felizmente ainda estava vivo a quase dois metros dentro de uma fenda no chão,
mas provavelmente a sua vida de soldado já estava acabada.
Após concluir seu
trabalho, o rapaz passou seus olhos por todo o campo de batalha vendo os
sobreviventes sendo levados e os mortos sendo reunidos em um outro lugar, lhe
dando a conclusão.
– “Ele não está
aqui.” – Ele não conseguia imaginar seu pai fugindo e abandonando seus
companheiros em meio ao combate, mas também não conseguia parar de pensar na
possibilidade de ele estar morto em outro lugar. Mas para afastar essa ideia de
si, o rapaz balançou a cabeça de um lado para o outro espantando esse
pensamento e voltou a raciocinar mais claramente.
– “Ele não está
morto.” – Ele fixou esse pensamento na mente. – “Então para onde ele foi?”
Em meio a toda
desolação, o olhar atento do rapaz viu o único lugar que tinha o menor rastro
de destruição. A colina bem a sua frente era o único lugar que não estava
totalmente em ruinas, mas logo que ele focou sua atenção naquele lugar a luz do
sol refletiu onde estava o que parecia ser uma lâmina de aço semelhante à de
uma espada.
Em um salto rápido, o
rapaz correu para a pequena colina que agora parecia mais um morro em
comparação a antes. Subiu a elevação em um único salto e já acima encontrou um
cabo que completava a lâmina.
O mesmo tinha uma cor
cinza escurecida com detalhes em preto e uma lâmina acinzentada que ele já
havia visto incontáveis vezes na bainha que ficava na cintura do seu pai, não
lhe deixando dúvidas a quem pertencia.
– “Certo...” –
Tomando todo ar que
podia e depois o soltando, o rapaz tomou coragem, segurou o cabo da espada e a
puxou do chão, mas ao desenterra-la viu que sua lâmina havia sido partida ao
meio e a parte que aparecia sobre a superfície era tudo que havia sobrado dela.
O chão ao redor estava todo remexido deixando a superfície bem maleável e fácil
de se escavar.
Então após um breve
momento para reunir forças, o rapaz se ajoelhou e começou a cavar e revirar
toda a superfície próxima com as mãos em busca de algum corpo, mas para o seu
alivio não encontrou nenhum corpo enterrado próximo a lâmina partida.
No entanto, sua
preocupação ainda o seguia e a dúvida de onde ele poderia estar ainda circulava
por sua mente.
Então, olhando mais
atentamente para buscar pistas, o rapaz percebeu dezenas de marcas de passos
encravados na terra fofa. Pela aparência os passos eram recentes e todos iam na
mesma direção: o fim da vila de Arkeum, onde também havia uma floresta.
O jovem imediatamente
se levantou e olhou firmemente em direção a floresta. Agora que havia
encontrado o pedaço da espada e as pegadas, as possibilidades levavam a apenas
duas conclusões: Ou ele havia seguido os adversários ou havia sido pego como
refém e em especial, a segunda opção era a que mais incomodava o rapaz que
agora tinha uma importante decisão a tomar. O jovem olhou para traz por um
instante e viu seus companheiros cuidando dos soldados feridos, então logo
soube que não poderia pedir ajuda a ninguém.
Apenas ele poderia
prosseguir e então sem muito pelo que hesitar, o rapaz deu o primeiro passo à
sem pensar duas vezes e continuou seguindo em frente, mas após o terceiro passo
sentiu seu pé afundar na terra praticamente de uma única vez, logo em seguida
boa parte do terreno próximo se rachou e parte lateral do morro desmoronou em
seguida.
Pego de surpresa, o
rapaz acabou rolando morro abaixo e quase sendo soterrado pela terra que
encobriu quase completamente o seu corpo, mas tirando o fato de ter rolado
alguns metros para baixo, o rapaz estava bem e rapidamente se levantou mesmo
que ainda um pouco tonto pelo que havia acontecido.
Durante a queda o
rapaz notou que havia perdido o pedaço de espada que estava segurando e
provavelmente não o acharia tão facilmente, mas também não iria perder tempo
procurando, então ele apenas se levantou e começou a dar longos e pesados
passos para sair do meio da terra. Certo
esforço foi necessário, mas logo ele conseguiria sair.
No entanto, enquanto
tentava sair do lugar onde estava, um dos passos do rapaz acabou desenterrando
algo. O objeto era pequeno e brilhante, uma pedra que rolou um pouco a sua
frente ganhando atenção principalmente pela sua cor que era de um azul muito
profundo e brilhante.
Curioso com o objeto,
o rapaz estendeu a mão para toca-lo, mas no momento que o fez uma corrente
elétrica passou por todo o seu corpo. Como reflexo o rapaz soltou a pedra e
caiu para trás ficando sentado no chão. Após a descarga a mão do rapaz começou
a formigar e tremer, confuso com o que havia acabado de acontecer o rapaz
voltou a olhar para o chão e viu a pedra bilhar em azul marinho com uma luz
mais esbranquiçada em seu centro.
E mais uma vez na
roda do destino, uma nova engrenagem foi adicionada.
Era difícil de se
acreditar, mas em seu interior o rapaz tinha uma vaga e inacreditável ideia do
que aquilo poderia ser, então apenas com o olhar o jovem começou a analisa-la
por completo.
– “Uma pedra de cor azul profundo e
brilhante que controlava a eletricidade... Não.” – ele se corrigiu por um
momento. – “Que controlava os trovões”.
Seu pai já havia lhe
contado sobre as pedras elementares, lhe dito sobre seus poderes, como elas
eram misteriosas e dos rumores de que ainda poderiam haver pedras que nunca
foram vistas em combate ou pelos soldados daquela geração.
– “Não pode ser...”
Pela primeira vez
naquele momento esperança brilhou. A batalha perdida que os Slayers lutavam a
tanto tempo parecia ter recebido um único e novo fio de luz em meio as trevas.
Reunindo toda a
coragem que tinha em seu corpo o rapaz mais uma vez se esticou em direção a
pedra azulada, pairou sua mão alguns instantes sobre a mesma e a pegou. O rapaz
fechou os olhos fortemente quando a segurou, pois esperava um choque como
anterior, mas não foi o que ocorreu.
Após a segurar firme
por um instante o rapaz abriu sua mão e viu a pedra azulada. Pensou no poder
que aquele pequeno objeto tinha e sem pensar duas vezes apenas pensou em como
poderia usá-lo para salvar seu pai, então sem olhar para traz ele se virou em
direção a floresta e começou a seguir os rastros deixados pelos inimigos.
***
Alguns quilômetros à
frente, o batalhão Hunter seguia cortando a floresta em ritmo moderado,
acreditavam que não tinham nada a temer e nenhum Slayers teria a coragem de
segui-los após sua derrota, porém o Mestre dos Hunters por um instante sentiu
um breve arrepio na nuca.
Não era uma sensação
ameaçadora e nem de alerta, mas era como algo houvesse mudado no ambiente. Algo
que ele não sabia descrever bem.
Então, por um breve
instante ele que estava liderando seu grupo, parou e olhou para traz observando
apenas a floresta de arvores baixas e espelhadas que haviam ao redor.
- “Não deve ser
nada”. – Ele convenceu a si mesmo e depois voltou a seguir em frente.
Em outra parte da
floresta, o rapaz perseguia os rastros deixados pelos inimigos. Em sua grande
maioria os rastros eram de pegadas ainda recentes e de fácil visualização, por
isso não precisou se atentar muito aos detalhes e apenas correu praticamente
por todo o caminho. Um pouco mais de uma hora de perseguição se passou, até o
rapaz encontrar um grupo de dezenas de soldados Hunters recuando pela floresta.
Logo que encontrou o
batalhão inimigo o rapaz parou a sua corrida e se escondeu atrás de uma arvore
para não ser notado, tentou controlar a pesada respiração que saia de sua boca
e acalmar seus nervos.
Agora que os havia
encontrado não poderia fazer nenhum movimento mal calculado, mas para
determinar se poderia agir ele precisava confirmar se seu pai estava em algum
lugar nos arredores. Então controlando o som de seus passos o rapaz se afastou
levemente do grupo e seguiu paralelamente a ele por dentro da floresta.
Em uma contagem
despretensiosa os inimigos estavam em um pouco mais que cinquenta soldados, o
grupo era tão grande ocupava toda a trilha que cortava a floresta e até mesmo
os arredores delas, então foi preciso fazer um percurso um pouco mais longo,
mas ao tomar a distância certa ele pode observar bem cada pessoa que seguia.
Adiante, haviam
soldados feridos sendo carregados, outros em melhor estado caminhavam mais para
o fundo do grupo servindo de guarda e a grande maioria estava armada com
espadas em suas cinturas. Mais à frente do grupo uma pessoa se destacava: um
homem alto que andava com um ar imponente e nem sequer parecia ter saído de uma
batalha por causa das roupas limpas que estava usando e logo o rapaz concluiu
que deveria ser algum tipo de líder.
No entanto, algo
chamou a atenção do jovem logo em seguida, caminhando junto ao suposto líder,
havia um soldado que caminhava carregando o corpo de alguém deitado por cima de
seu ombro. Não era possível ver o rosto do homem desacordado, mas as suas
caraterísticas físicas e os cabelos curtos e escuros foram reconhecidos de
imediato pelo rapaz.
A princípio sua
vontade foi de se levantar e correr em sua direção, mas ele mesmo tinha a noção
de que não poderia fazer isso, então permaneceu imóvel controlando a si mesmo,
não podia atacá-los de frente ou iniciar qualquer ação que tirasse seu elemento
surpresa.
Mesmo que ele ainda
pudesse usar a pedra do trovão que havia encontrado, a utilizaria apenas como
um último recurso para um momento de grande emergência, então colocando aquilo
em mente o rapaz apenas continuou seguindo o grupo por cerca de mais uma hora.
Em algum momento, os
Hunters saíram da trilha e entraram vários quilômetros dentro da floresta
começando a entrar em uma parte que nem mesmo o perseguidor sabia da
existência. As arvores tinham os troncos maiores, mais fortes e eram tão altas
que para se ver a capa era preciso inclinar toda a sua cabeça para cima, o clima
ao redor também havia esfriado um pouco dando sinais de que eles estavam se
aproximando das montanhas ao extremo norte.
Com uma rápida olhada
na direção do sol, o rapaz calculou que já estava próximo das duas da tarde e
ele já estava em perseguição a pouco mais de três horas, mas para a surpresa do
perseguidor enquanto ele permanecia em seu encalço, uma construção enorme
surgiu em meio a floresta.
Ela tinha uma
aparência antiga, porém era grande e imponente possuindo dois andares, um
grande portão de ferro com muros altos que a cercavam, mas com a chagada dos
soldados esse mesmo portão foi aberto para a sua entrada e de imediato o rapaz
se escondeu atrás de uma arvore e permaneceu ali enquanto todos passavam pelos
portões.
No rosto do rapaz uma
expressão de surpresa se formou rapidamente ao ver o lugar. Ele havia passado
grande parte da sua infância explorando aquela floresta e mesmo que nunca
tivesse explorado o caminho que havia passado hoje, jamais passou por sua
cabeça que o esconderijo inimigo fosse em um local tão aberto e exposto. Mas
logo seu fascínio sumiu ao perceber que o número de soldados já estava em menos
da metade. Ele então voltou a se focar na missão e com um olhar atento observou
todos os pontos que pudessem servir como uma entrada para ele, porém o muro
tinha quase quatro metros de altura, sem nenhum ponto que pudesse servir de
apoio para uma subida, escalar o portão também estava fora de questão, seria
visto de imediato se o fizesse, então apenas lhe sobrou se misturar com os
soldados e entrar com a multidão.
Antes de iniciar seu
plano, o jovem esperou a passagem de todos os soldados para dentro da mansão,
olhou rapidamente para todas as direções procurando algum soldado inimigo que
viesse mais atrasado, mas como não viu nada ele saiu de trás das árvores
rapidamente para alcançar o portão antes que se fechasse. O rapaz procurou não
apressar muito os passos para não chamar atenção para si, pois sua expressão
nervosa o denunciaria no mesmo instante. Ele tentou ao máximo possível manter a
expressão facial normal enquanto o suor se escorria aos pingos pelo seu rosto.
Seguindo dessa forma
ele conseguiu passar pelos portões antes que se fechassem e entrar oficialmente
no covil inimigo. Olhando de perto era fácil notar que a construção era ainda
maior do que parecia, parte da estrutura era de madeira outra parte de concreto
ou algo do tipo.
Entre os portões e as
portas de entrada havia um tipo de jardim, mas não havia nenhum tipo de
decorativo, apenas um caminho de pedras que levava direto para a porta
principal.
Mas antes de andar
para qualquer lugar o jovem analisou os pontos que ele poderia utilizar para
entrar na mansão. Nas laterais haviam dois longos becos que provavelmente
dariam na parte de trás da mansão e poderia ser uma boa ponte de entrada, havia
também as janelas nos andares de cima, mas além de estarem muito altas, uma
escalada o deixaria muito visível a qualquer um que se aproximasse.
Mas era difícil
entrar sem ter o reconhecimento total do lugar, por enquanto ele estava sozinho
no jardim da frente, mas já considerava que um lugar como aquele deveria ter
guardas por toda parte e logo alguém apareceria pra cumprir essa função.
A porta da frente
ainda estava aberta após a passagem dos últimos soldados mais feridos. De
repente um rangido enferrujado começou a soar pelo lugar, chamando a atenção do
rapaz e o fazendo olhar para traz onde viu o grande portão de ferro se fechar
lentamente, até se trancar emitindo um rápido barulho metálico.
O jovem ficou mais
calmo após perceber que não era nenhum perigo, mas também percebeu que a partir
dali não havia mais volta. Foi então quando o rapaz começou a ouvir o eco de
duas vozes se aproximando, seguido calmamente até a lateral da mansão o rapaz
rapidamente notou dois homens se aproximando lentamente enquanto conversavam de
forma despreocupada.
- “Já estão montando
a guarda novamente.” – Concluiu internamente, agora suas opções haviam se
reduzido e ele tinha que agir agora, então ele apenas correu o mais rápido que
pode, subiu alguns poucos degraus da escada de acesso e passou pelo pequeno
terraço que separava as escadas da porta de entrada e assim a invadiu.
- “Eu entrei.” – falou desacreditado,
já dentro da construção olhou tudo ao seu redor, mas preferiu não se atentar a
nada para não perder tempo. Do lado de fora era fácil se misturar com a
multidão, mas se fosse encontrado lá dentro provavelmente seria descoberto.
Então logo se começou a andar, pois também não podia ficar muito tempo parado.
Logo que entrou andou
um pouco por um curto corredor que dava cesso a um salão principal. Procurou se
esgueirar pelo canto da sala para não ser avistado tão facilmente, mas
incrivelmente não haviam guardas pelos corredores ou até mesmo soldados comuns
andando pela construção, algo que que gerou certa desconfiança.
– “Não tem ninguém nesse lugar...?” –
Após o grande salão havia algumas salas mais afrente que davam em outros
corredores que também pareciam vazios, sinceramente o jovem não sabia se estava
com sorte ou com muito azar de estar aqui agora. Mas de toda forma não tinha
tempo de pensar nisso agora. Devia começar a procurar o mais rápido possível,
então começou a andar pelos corredores do esconderijo. A maioria dos corredores
davam apenas em portas ou cômodos comuns de uma casa.
Corredor após
corredor e quarto após quarto, o invasor procurou sem parar. O lugar era um
labirinto enorme por dentro, mas ainda assim ele continuou sua procura até
passar na frente de um salão, onde encontrou um homem amarado a uma cadeira no
meio. Em um movimento praticamente automático o jovem correu para o meio da
sala para desamarra-lo.
- “Pai.” - Falou enquanto corria. Assim que
chegou próximo ao seu pai ele rapidamente o desamarrou das cordas que o
prendiam e segurou seus ombros para acorda-lo. – “Pai... Ei...”
Vendo que seu pai não
reagia aos seus chamados o rapaz começou a balança-lo agressivamente enquanto
falava – “Não é hora de dormir... acorda!” – Após as insistentes tentativas o
homem começou a dar sinais de estar acordando, primeiro resmungando algumas
palavras sem sentido e em seguida abrindo os olhos.
- “David?...” – O pai
chamou pelo nome do filho – “Por que você...”
- “Acordou, ainda
bem. Eu vim te salvar!” – exclamou David com uma expressão mais aliviada em seu
rosto.
Ainda confuso após
ter acordado, o Pai de David olhou para todo local ao redor como se estivesse
reconstruindo o houve antes de acordar e assim rapidamente se lembrou de tudo
em rápidos flash de memória.
- “Como chegou aqui?”
– Perguntou seu pai com uma expressão assustada em seu rosto.
- “Eu procurei o
senhor por todo o campo de batalha, mas quando não o achei... segui os rastros
deixados pelos soldados Hunters e cheguei aqui.”
- “Não, isso foi uma
péssima ideia, temos que sair daqui agora.” – Falou o homem enquanto se
levantava tão bruscamente que perdeu o equilíbrio por um instante, mas teve sua
queda aparada por seu filho.”
- “Eu sei.” – Falou
David, que então colocou o braço do seu pai em volta do seu pescoço para
apoiá-lo e começar a andar, mas nesse mesmo momento um barulho de palmas tomou
conta do lugar e fez David rapidamente se virar em direção a porta, onde viu um
homem parado em frente a ela.
- “Que bela cena, um filho vindo salvar o seu
pai!” – As palmas lentas do Mestre Hunter ecoavam cada vez mais alto pela sala.
– “Realmente tocante. Desde que eu o senti na floresta, eu não pensei que você
realmente teria a coragem de nos invadir. Realmente fiquei surpreso.”
- “Droga, por que
logo ele tinha que aparecer...” – O homem comentou com uma expressão que
misturava preocupação e nervosismo. Poucas vezes David havia visto seu pai
fazer esses tipos de expressões, mas com um olhar mais atento sobre os
adversários. David percebeu que aquela era a mesma pessoa que parecia liderar
os soldados pela floresta.”
- “Quem e ele?” –
Perguntou David presumindo que seu pai o conhecia.
- “Não um adversário
qualquer... ele é o líder dos Hunters e o dono da pedra da terra.” Após a
resposta do seu pai, David entendeu o motivo da sua expressão de nervosismo.
- “Mas que caras são
essas?” – Disse o Mestre com um sorriso de falsa cordialidade. – “Parecem
nervosos. Mas o único que deveria estar nervoso aqui sou eu que teve o
território invadido.” – Finalizou o Mestre um tom de voz mais obscuro.
Bastaram poucas
palavras para que o Mestre conseguisse imprimir sua superioridade apenas com
aquelas poucas palavras e um olhar mais sério, David e seu Pai sentiram como se
um peso se instalasse sobre suas costas.
- “Você não deveria
ter vindo.” – Disse o pai de David o repreendendo. – “Esse homem não é alguém
que se possa ser enfrentado de frente.”
- “Eu sei. Mas ainda
assim eu não podia te deixar aqui, eu tinha que vir.” – O rapaz exclamou
fortemente enquanto olhava para o seu pai.”
- “Já terminaram as
despedias? Eu sinceramente já estou ficando impaciente com isso.”
- “Despedidas? Então
pretende nos matar?” – O pai de David perguntou sem muitas pretensões.
- “Não, apenas o
garoto vai morrer, para você eu ainda tenho alguns planos.”
“O que disse? “– O
pai de David exclamou com um olhar ainda desacreditado.
- “Não me dei ao trabalho
de trazê-lo até aqui para nada, você é um bom guerreiro, mas quanto ao
garoto... não é necessário.” – Finalizou o mestre falando em um tom
extremamente natural.
- “Desgraçado...” –
Praguejou mentalmente, mas logo recobrou a calma e voltou a pensar naturalmente.
– “David, me escute.”
Logo que ouviu as
palavras de seu pai, David olhou em sua direção lhe dando sua atenção. – “A
partir de agora não temos nenhuma escolha além de lutar, mas ele não e um
adversário que se possa ser enfrentado de frente.
- “Entendo, então
qual é o seu plano?”
- “Bem, jugando pela
personalidade dele... ele está nos menosprezando, então provavelmente não vai
usar toda a sua força contra nós e isso pode nos dar uma vantagem. Você ainda
se lembra do caminho para sair daqui?”
- “Bem, um pouco...”
- “Então é melhor
começar a se lembrar, nós dois vamos para cima dele e na primeira chance você
tem que fugir daqui.”
- “... E o senhor?”
O pai de David não
respondeu à pergunta, deixando um silencio que já respondia à pergunta de
David.
- “Não! Eu não vim
aqui para abandona-lo.” – O rapaz disse erguendo a voz, com um tom de
indignação.
- Não está me
abandonando! Eu estou ficando para traz por vontade própria.”
- “Mas...” -
- Sem mas, apenas me
obedeça!” – O pai de David, o repreendeu.
– “Ora, estão falando
sério?” – O mestre interrompeu com um tom de risada. – “Vocês estão sem a suas
armas Slayers, sem elas vocês são inofensivos. Eu posso destruí-los em segundos
se desejar e vocês ainda querem lutar?”
- “Estamos sem muitas
opções.” – Disse o Pai de David com uma risada forçada, mas um segundo depois o
mesmo mostrou uma expressão de total seriedade.
Analisando parte do
terreno o homem observou tudo ao seu redor e viu com atenção a porta bem atrás
do mestre, na sala ainda haviam duas janelas atrás deles que poderiam servir
como rota de fuga também, porém ele não sabia como poderia estar o terreno do
lado de fora, mas de qualquer forma isso seria útil em algum momento.
– “Escute! lutar com ele assim é
morte certa, nossa melhor chance e distrai-lo e escapar na primeira
oportunidade, entendeu?”
- “Entendido.”
Vendo que seus
adversários estavam determinados a lutar o Mestre Hunter começou a caminhar na
direção de David e seu pai, cada vez mais chegava mais próximo. Era como se uma
sombra crescesse na direção deles prontos para engoli-los, então de forma
sincronizada os dois colocaram as mãos afrete do rosto com posições de combate
semelhante em preparação para a batalha.
– “Vou contar a vocês
uma coisa antes de lutarmos...” – O mestre anunciou.
- “E o que é? – O
rapaz perguntou.”
- “Vocês vão morrer
aqui!” – Após dizer essas palavras, o ar por toda a sala ficou mais pesado, a
expressão de agressividade e superioridade do mestre encarava David e seu pai,
mas sem escolhas além de lutar eles correm na direção do mestre sem se
acovardar.
- “Vamos lá!” – um
pouco impaciente, David fez o primeiro movimento para atacar o mestre e começou
a dar vários golpes e socos em sequência, mas o mestre desviava facilmente com
leves saltos para trás ou para os lados ao mesmo tempo que David permanecia
alguns poucos metros afastados e diferente do que havia dito antes, ele não
veio diretamente para o ataque e permaneceu analisando a situação.
No seu interior, o
pai de David tinha ciência que o mestre Hunter controlava o elemento terra, mas
não havia nada naquela sala que ele pudesse controlar, então logo tomou aquilo
como vantagem e esperou o momento certo para fazer sua investida.
David por sua vez,
continuava desferindo vários socos em sequência e o mestre apenas casualmente
desviava. Então em um rápido salto para frente, o Pai de David se aproximou o
suficiente para um ataque, no entanto ele não desferiu nenhum golpe, ao invés
disso foi David que mudou de postura e desferiu um soco cruzado.
Mas o Mestre com uma
das mãos bloqueou e o conduz o golpe o fazendo passar direto por ele, em
seguida o Mestre apontou um dedo na direção do pai de David e depois o
direcionou pra cima fazendo uma pequena pedra levitar do chão e atingir a parte
de baixo do rosto do pai de David o deixando surpreso e o fazendo cambalear
alguns passos para traz.
- “Está surpreso?” –
perguntou o Mestre. – “Por acaso pensou que podia analisar o meu estilo,
enquanto ficaria afastado na falsa segurança de eu não usar meu poder
Elemental?”.
Após ter seu golpe
bloqueado e ter sido afastado um pouco, rapidamente David viu seu pai cair no
chão após ter sido atingido. – "o que foi aquilo... uma pedra? “
– “Espero que não
ache que o conceito “elemento terra” se aplique apenas ao solo. Eu posso
controlar pedras, a sua densidade e formas também. Todo esse lugar está no
domínio do meu poder.” – explicou o Mestre calmamente.
Vendo o mestre de
costas fazendo a explicação de seu poder a seu pai, David aproveitou aquela
pequena distração e foi correndo a sua direção, mas de repente sentiu um dor
perfurante em suas costas, após ter sido atingido por uma pedra bem no meio das
costas e o fazendo cai no chão também.
- “Estão vendo? só preciso de uma pedra para
acabar com vocês.” – Disse o mestre com superioridade, enquanto David e seu pai
estavam caídos no chão.”
- “Ai...” – Ao olhar
para traz por um instante, David viu que pedra era não do tamanho de uma maçã,
mas sua força o derrubou tão facilmente que o deixou irritado, então voltando a
se focar na luta, o jovem tentou acalmar seus ânimos e voltar a se levantar. –
“Mas... Eu só tenho de esquivar e me aproximar. Eu ainda tenho a pedra do
trovão e seu conseguir a usar no momento certo... posso até conseguir uma
abertura boa o suficiente para nós dois fugirmos.” – pensou ele erguendo seus
punhos da afrente do rosto com um olhar bem mais concentrado.
– “David! Não esqueça
nosso objetivo!” – Alertou seu pai gritando a sua frente. Ele conhecia bem a
personalidade do seu filho e sabia que quando ele se focava em algo,
dificilmente escutava alguém ou mudava de ideia.
- “Sim!” – Respondeu
quase que forma automática e correu em direção do mestre Hunter que logo depois
lançou a pedra em David que se abaixou a fazendo passar por cima de sua cabeça,
mas logo em seguida o mestre trouxe a pequena pedra de volta acertando David
pelas costas o fazendo cair outra vez.
Levantando em um
rápido salto, o pai de David voltou a correr em direção do mestre Hunter,
desferindo vários golpes que foram esquivados com rápidos movimentos. Os golpes
do pai de David eram diferentes, diferente do garoto o homem tinha grande
pressão em cada golpe e também bastante cautela a cada movimento. Se
recuperando rapidamente após ser atingido pela segundo vez, David logo se
levantou ao ver seu pai lutando e voltou a atacar.
– “Isso mesmo, venham
os dois...” – disse o mestre enquanto os dois o atacaram ao mesmo tempo, mas o
mestre desviou dos golpes de ambos ao mesmo tempo e enquanto fazia isso, fez
uma pequena pedra se erguer do chão e a jogou na direção das costas do pai de
David, mas dessa vez ele já estava esperando esse tipo de movimento e consegue
reagir a tempo se virando de costas e segurando a pedra com ambas as mãos
surpreendendo o mestre por um instante, mas sem perder um instante sequer fez a
pedra continuar indo em frente e arrastar o pai de David para frente.
No entanto, no
momento que o Mestre deu um breve foco no pai do rapaz, David se aproximou
rapidamente surgindo de suas costas e acertando um soco que atingiu a lateral
do queixo do Mestre lhe deixando atordoado por alguns poucos instantes. Então o
pai de David em um rápido raciocínio soltou a pedra que ainda estava sobre o
efeito da energia Elemental do mestre e foi em direção ao mestre o acertando na
testa. O mestre inclinou o rosto pra traz e ficou parado naquela posição um
instante sem falar nada.
- “Acertamos!” – Comemorou o rapaz em tom
vitorioso.
- “Mesmo tendo uma
força sobre humana, acertar golpes nos locais certos ainda causam danos.” –
Refletiu o pai de David, porém o Mestre não fez nenhum outro movimento, na
verdade mesmo após ser atingido, ele praticamente não fez movimento nenhum.
- “Agora David, para
a porta!” – O Homem gritou. Obedecendo imediatamente seu pai, David correu em
direção a porta, seguindo uma direção diferente o Homem correu em direção a uma
das janelas. Mas enquanto isso o mestre, que não havia feito movimento disse
algumas palavras.
– “Bem... esse golpe
de agora até me surpreendeu um pouco, vou parabeniza-los! Mas...” - De repente
o pai de David sentiu uma intenção assassina vindo do Mestre Hunter. – “Agora
vocês me deixaram um pouco irritado.”
Enquanto corria em
direção a porta, David olhou rapidamente para trás, quando o mestre levantou
seu rosto e olhou para frente, uma expressão bem mais séria estava fixada em
seu rosto. Uma aura de cor marrom começou a surgir do corpo do Mestre e o
acumulo de poder fez o chão começar a tremer e se rachar. De repente David
sente uma mão tocando seu peito, não sabia de onde ou quando, mas no momento
que piscou os olhos o Mestre já estava bem a sua frente e em seguida apenas foi
empurrado, mas a força do toque do mestre jogou o rapaz metros e metros para
frente. Após isso. várias pedras saíram do chão acertando o pai o seu pai bem a
afrente dos seus olhos, o pai de David voou alguns metros pra traz, até entrar
em contato com chão e parrar após alguns metros de arrasto.
Praticamente do outro
lado da sala, o Mestre surgiu bem afrente do pai do rapaz, não ouve tempo para
reagir antes de poder mudar a sua trajetória, o Homem levou um chute que
atingiu seu estomago e o jogou vários metros para traz, até parar bruscamente
atingindo uma parede.
Vendo seu pai ser
golpeado e voar até perto dele, David se levantou e correu até ele rapidamente
o segurando e o ajudando a se sentar.
- “Pai, você está
bem?” – Perguntou o rapaz com muita preocupação na voz.
– Não muito.” - Fez
uma pausa parra tossir um pouco e logo que pode continuou a falar:
- Escute David, eu
vou tentar consegui outra abertura, você deve fugir! Você é rápido, vai
conseguir.”
- “Não sem o senhor.”
– O rapaz retrucou.
– “Não vai ser
possível! Ele vai nos impedir, mas se eu conseguir imobiliza-lo por alguns
instantes, você terá uma chance.”
- “Não! Podemos sair
daqui juntos.” – Insistiu o rapaz. A determinação em seus olhos era forte e já
conhecendo sua teimosia, seu pai sabia que ele não recuaria de forma nenhuma
sem ele.
- “É impossível.” –
Disse o homem tentando passar imponência, mas sua voz não conseguia.
-“É possível.” – O
rapaz insistiu. – “Nós ainda temos uma chance.”
- “Do que está
falando.” – O homem perguntou intrigado com as palavras do seu filho.
- “Bem, eu estava
guardando isso para um momento de emergência e esse momento é agora.” – Levando
a mão até o bolso lateral da calça, o rapaz pareceu pegar um objeto e mantê-lo
fechado na mão, mas aquilo não passou despercebido nem pelo mestre nem por seu
pai.
- “O que é isso?” –
Perguntou seu pai.
- “É algo que eu
encontrei.” – Disse o rapaz abrindo a mão e mestrando cristal azul.
- “David, você...” –
Seu pai iniciou com um olhar incrédulo, mas quem mais pareceu incrédulo foi o
Mestre Hunter.”
– “Onde achou isso
garoto?” – Perguntou o Mestre espantado.
– “Não tenho
obrigação de respondeu.” – Rebateu o rapaz e ainda adicionou algo. – “E meu
nome não é garoto, é David Mayson.” – Respondeu com bastante força na voz.
- “Mayson? Hm.” – O
mestre fez algum suspense antes de falar, mas logo fez sua expressão
indiferente de sempre. – “Então, a sensação que tive antes veio dele. Bem não
importa.” – O mestre concluiu seu pensamento.
- “Então, pretende me
desafiar para uma luta. Quanta coragem, mas antes de começarmos me responda
algo, você sabe ativar essa pedra, garoto?” – A pergunta do Mestre fez a
expressão de confiança de David praticamente evaporar dando lugar a uma
expressão confusa.
- “Ativar?” –
Perguntou David pego de surpresa com a pergunta.
- “Por que eu
perguntei?” – Disse o mestre ainda em tom de sarcasmo – “Está claro que não,
então já que está pedra não tem utilidade nenhuma para você! Que tal passar ela
para min garoto? Se fizer isso, eu posso até considerar deixa-lo viver.”
- “Não a entregue David!
Ela não pode cair nas mãos dele.” – Seu pai disse tão fervorosamente que
assustou David um pouco, porém para ele era compreensivo, aquele tipo de poder
não poderia cair nas mãos de um inimigo.”
– “Eu não vou
entregar.” – David respondeu.
– “Não vão entregar?”
– Perguntou o Mestre em tom de falsa surpresa. – “Entendo, então vocês não me
deixam com muita escolha.”
O mestre então deu um
simples passo a frente, mas no mesmo instante que fez isso, seus cabelos mudaram
a tonalidade instantaneamente, da mesma forma que aconteceu em cima da colina.
Então em um reflexo, David sentiu-se sendo empurrado por seu pai e ao mesmo
tempo escutou um grito.
- “FUJA DAVID!” – Mas
no instante seguinte, o Mestre já aparece bem a frente do pai do rapaz, o
segurando pelo pescoço e o erguendo no ar.
– “Falam como se
pudessem fugir de min, mas ninguém aqui vai fugir!” – Disse o mestre que com a
mão livre que tinha, estalou os dedos e quase que imediatamente dezenas de
soldados Hunter começaram a entrar na sala e a cercar as saídas. Assustado o
rapaz rapidamente se levantou, mas não soube o que fazer ou para onde ir.
– “Agora! Chega dessa
conversa, me dê à pedra do trovão.” – Exigiu o Mestre.
– “Pai!” - Gritou o
rapaz com tom de desespero na voz, mas ainda assim não podia fazer nada
enquanto ele era sufocado pouco a pouco.”
- “Oh... Realmente
está querendo que seu pai morra?” – Perguntou o Mestre em tom maligno e cada
vez mais apertava sua garganta o fazendo soltar vários sons irreconhecíveis de
dor, que deixava David desesperado.
– “Pare! Não o
machuque!” – Exigiu o rapaz.
– É mesmo!?... Então
me detenha se puder.” – Determinado a quebrar o espírito do rapaz, o Mestre com
um simples movimento atirou o Homem contra a parede e com o simples gesto de
fechar a mão, fez a superfície se desintegrar em várias pedras que o prenderam
a mesma no momento em que ele a atingiu.
- “Me entregue a pedra!” – Exigiu o mestre
outra vez.
– “Eu...” – Em uma dúvida que o destruía por
dentro, David olhava para o seu pai e via em seus olhos o pedido para não a
entregar, mas ao mesmo tempo o mestre fazia as pedras se pressionaram ainda
mais contra ele. Desesperado com a situação as lágrimas já caiam do rosto de
David enquanto ele falava, ao mesmo tempo que uma expressão de desespero se
formava.
- “Ora, ora. Está
chorando garoto, quer seu pai de volta? .... Então aqui vai ele.” – Sem
qualquer hesitação o mestre faz as pedras envolverem todo o corpo do homem e
faze-lo flutuar apenas com a força de pressão das pedras sobre seu corpo e sem
qualquer tipo de cerimônia, atirou o homem na direção do filho fazendo cai
exatamente onde ele estava, David não conseguiu reagiu a tempo de pega-lo e o
viu cair no chão bem a sua frente.
Por causa das pedras
que o cercavam, seus braços e outra partes do corpo estavam com várias feridas,
de seu nariz e do canto de sua boca uma linha de sangue descia sem parar e
mesmo quando David o tocou, ele não esboçou reação nenhum.
- “O que foi? Não me
diga que ele morreu?” – David não respondeu, apenas olhava profundamente para
seu pai. – “Bem... isso e uma pena, acho que exagerei na força. No entanto,
tudo isso poderia ter sido evitado se tivesse entregado a pedra logo de cara.”
Enquanto escutava as
palavras do mestre, David apertava seus punhos com todas as forças, seus dentes
estavam a ponto de trincar por conta da força que os pressionava e quanto mais
ele escutava o mestre falar mais a sua consciência parecia ir embora e foi
quando algumas faíscas de luz saíram de seu punho, as provocações e jogos
mentais do mestre estavam fazendo sua mente entrar em colapso e quanto mais a
raiva se acumulava mais faíscas elétricas começavam a se espalhar por seu
corpo.
Um segundo depois, as
mesmas param de sair e a mente do rapaz ficou em um branco total. E em um
último momento de consciência ele disse algumas palavras. – “Você vai pagar...”
- “É mesmo, como?” –
Perguntou o mestre, mas David se manteve em silêncio. – “Não tem resposta, não
é? Então eu respondo por você.”
Com um rápido
movimento, o mestre correu pra cima de David que soltando calmamente o corpo do
seu pai no chão ficou de pé bem a frente do mestre recebendo um soco direto no
rosto. – “Você não tem como me fazer pagar.” – Disse o mestre, mas instantes
depois após receber o golpe, David não se mexeu e nem sequer pareceu sentir ter
sido atingido.
- “Como você?...” –
Perguntou o Mestre incrédulo, mas ao olhar nos olhos de David ele viu que eles
estavam brilhando em um brilho cinza azulado, então em um rápido movimento,
David fechou o punho e uma energia em forma de faíscas se concentrou em volta
do mesmo. Após isso David desferiu um soco no estômago de mestre o empurrando
pra longe e com tanta potência que ele apenas parou quando bateu às suas costas
em uma parede a destruindo quase que completamente.
Mas ele não pareceu
se abalar muito e calmamente andou para frente, saindo da quase cratera que
havia sido criada e começou a analisar o rapaz. – “Essa energia... ele ativou a
pedra?” - Pensou. Mas quando o olhou mais atentamente, não viu nenhuma reação
racional no seu rosto, havia uma expressão de ódio muito forte, várias faíscas
de energia saiam do corpo do rapaz, até mesmo as veias principais do seu corpo
transpareceram num tom de azul e do canto de sua boca descia sangue
constantemente até pingar no chão. E ele ainda estava parado no mesmo lugar.
– “Não! Está fora de
controle.” - O mestre terminou a sua análise – “De todo jeito irei acabar com
ele rápido, antes que se torne um problema maior.” – Com um breve instante de
concentração o mestre apenas levantou uma das mãos e fez várias pedras grandes
se erguerem do chão, a maioria dos soldados que cercavam a sala começaram a
correr sabendo o que aconteceria a seguir e logo em seguida o Mestre atirou
todas as pedras em David.
David sem demonstrar
nenhuma expressão, se esquivou de todas elas desaparecendo e reaparecendo
metros a frente até se aproximar do mestre já erguendo o punho para desferir um
soco, então mestre rapidamente se abaixou e tocou no chão levantando uma parede
de terra a sua frente pra se defender, mas quando David estava próximo de atingir
a parede de proteção, o golpe esperado pelo mestre não aconteceu, ao invés
disso o rapaz desapareceu e reapareceu atrás do mestre um instante depois já
tendo contornado a parede de pedra e acertando um chute nas costas do mestre o
jogando para frente o fazendo atravessar a própria parede. Após ser atingido o
mestre rolou vários metros a frente, mas rapidamente se recompôs ficando de pé
antes mesmo de parar seu arrasto e praticamente ileso.
– “Ele é muito rápido
e imprevisível” – Reparou o mestre. – “E não reage aleatoriamente aos padrões
de energia.”
Enquanto o mestre
analisava o poder de David como um todo, uma forte energia começou a se
acumular no corpo do rapaz causando um brilho tão intenso que era quase
cegante.
– “Esse moleque, ele
vai liberar toda aquela energia agora!
– Pensou o mestre enquanto viu uma massa de poder se carregar pelo corpo do
rapaz. – “Tsc, não tem jeito, todos vão para o mais longe dele agora! – gritou
o mestre a toda força para todos os soldados que ainda estavam na sala.
Então, após poucos
instantes na sala haviam apenas, David e o mestre que correu alguns metros,
ficando em uma posição defensiva. Então um instante depois David liberou toda
energia acumulada na forma de uma grande onda elétrica. A energia se expandiu
violentamente em um instante, praticamente vaporizando tudo que tocava.
O mestre então cruzou
os braços a frente do rosto e permaneceu firme em sua posição. A onda elétrica
por sua vez, desestruturou todo o Q.G. Hunter. Com a força criada o chão, as
paredes e o teto ruíram e tudo desmoronou quase que instantaneamente.
Os Soldados Hunter
que não conseguiram fugir foram cobertos pelos escombros, o poder liberado
causou um som estrondoso parecido com a queda de dez raios ao mesmo tempo e
aquele som foi ouvido em praticamente toda terra do norte.
No meio do que sobrou
do Q.G. Hunter, apenas uma parede sobreviveu a onda de energia e bem a frente
dela estava o mestre com os braços ainda cruzados afrente do rosto, por todo o
seu corpo e principalmente pelos seus braços haviam várias queimaduras geradas
por eletricidade, mas quando a poeira abaixou ele removeu os braços da frente
do rosto e se mostrou ainda forte e consciente após conseguir resistir a
explosão.
Ao mesmo tempo parado
no meio da sala e sem nenhuma sobra do Q.G ao seu redor, David permanecia de pé
com várias faíscas de energia estourando ao redor de seu corpo. Seus cabelos
estavam na cor branca azulada e seu corpo ainda emitia um forte brilho.
– “Aquele miserável
ainda está inteiro após quase ter me matado.” - O Mestre notou com um olhar
assustado. – “Eu tenho que sair daqui, se eu atacar ele pode revidar e me
machucar seriamente ou me matar.” – Deduziu e por um instante ele se abaixou,
pegou algo no chão e foi se afastando rapidamente deixando David ali no meio da
destruição.
Tendo tomando um
pouco de distância, o mestre Hunter entrou na floresta arrastando algo em umas
das mãos, a aparência do objeto parecia ser pesada, mas mesmo com apenas uma
mão carregava sem dificuldades e enquanto pensava no que havia acontecido.
– “Ter que fugir de
um garoto me irrita, mas mesmo se ele não morrer agora, nós nos veremos de
novo, David Mayson. Mas agora, há uma pessoa que vai ficar muito interessada em
saber de você.”
Com a mão livre que
tinha, o Mestre mexeu em seu bolso e retirou algo, sem nenhum movimento muito o
elaborado o mestre estendeu a mão para frente e uma luz escura de repente
brilhou no meio da florestae o logo em seguida ele desapareceu sem deixar
nenhum rastro sequer.
Enquanto isso David
ainda de em pé em meio aos escombros remanescentes do Q.G Hunter, continuou
liberando energia descontroladamente, aparentava ter perdido a consciência até
que então a pedra do trovão começa a escapar de seus dedos, até cair no chão
próximo aos seus pés. Alguns segundos depois a energia que o envolvia foi se
dissolvendo aos poucos, seu cabelo voltou a cor normal e o brilho em seu corpo
desapareceu e por último ele caiu desmaiado ali mesmo.
Porem a sua luta
ainda chamou atenção. O barulho e a dimensão da explosão chamaram a atenção
todos na cidade.”
Em uma outra parte da
terra do norte, um homem permanecia parado afrente do quartel general Slayer,
uma grande construção que era uma mistura de construção clássica com estilo
militar, tinha dois andares e era murada por todos os arredores e um grande
portão de ferro que dava acesso a uma entrada.
Com uma expressão de
seriedade com pouco de inquietude dos pés e olhos, o homem parecia estar
ansioso ou impaciente até que então aquela expressão foi quebrada. A frente do
portão um batalhão de se aproximava carregando os feridos do combate anterior,
caminhando a passos largos, o homem rapidamente se aproximou dos feridos e
perguntou ao primeiro soldado que viu a sua frente.
- “Esses são os
últimos?”
- “Sim, senhor.” – O
soldado respondeu de imediato.
- “E os mortos?”
- “Ainda estão no
lugar para serem retirados.” – O Slayers respondeu, com um tom mais obscuro na
voz.
- “E quanto ao Capitão Antony, onde ele
está?” – Questionou ao soldado.
- “Desaparecido. Não
o encontramos nem entre os mortos ou os feridos.”
Com um rápido olhar
sobre os Slayers próximos, o Homem notou que a pessoa que procurava não estava
em lugar nenhum e decidiu encerar suas perguntas. – “Entendo, levem esses para
a enfermaria. Já está tudo preparado.”
- “Entendido.” – O
soldado respondeu e continuou em frente.
Na frente do quartel
general, os Slayers feridos desciam de carruagens puxadas por animais, os mais
levemente feridos eram trazidos com o apoio de outros soldados, mas vários
precisavam ser carregados em macas improvisadas, o que deixava o transporte
lento e sofrível para os feridos, mas quanto a isso pouco se podia fazer.
Já a algum tempo, os
Slayers do Norte sofriam com falta de recursos, desde financeiros a humanos,
então toda aquela precária estrutura de resgate, era o melhor que eles podiam
oferecer no momento.
Ciente da situação
que se encontrava, o homem andou alguns passos em frente passando pelos feridos
ao seu redor e enquanto olhava para as florestas e montanhas no horizonte ele
pensou: - “Com esse ataque os nossos números caíram para menos de vinte
soldados ativos. Até quando essa maldita guerra vai durar?” – Falou
internamente com nada além de raiva e frustração no olhar.
Foi então, que em um
rápido instante, um clarão se formou no chão e subiu aos céus, um estrondo
ressoou por toda a parte, o barulho foi ensurdecedor. Tomando
por um susto repentino o homem nem sequer teve reação de fazer algo ao ver
aquilo, permanecendo com um olhar incrédulo a a frente.
- “Aquilo foi... um
raio?” - Tentou se acalmar e entender o que viu, mas logo fez um olhar sério
naquela direção.
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